terça-feira, outubro 10, 2006

Juri Popular


Juri Popular



(image placeholder)

Lance no ar o teu medo de deixar voar
O pensamento que te atira do decimo segundo andar
Nas ruas perifericas dessa capital
O grande sertao da calcada e’ agora teu quintal
A chuva teu banheiro privado e exclusivo
Te lava as pernas nessa jacuzzi ja’ cozida
O sol vai te enxugar os cabelos
E o arbusto esconder tuas sobras
Depois deitar na tua cama cinza e dura
E o telao da noite sem nuvens vai exibir
A reprise  da lua cheia que tras
Gravada na sua superficie rochosa
O meu nome riscado com a espada de sao jorge
Pois foi voce a unica testemunha ocular de minha morte
Quando prometi pra voce roubar um estrela
E despenquei do galho mais alto da laranjeira
Sem jeito esbarrei num cometa
Que desenhava em seu rastro luminoso
A saga da tua familia
Com os detalhes sordidos que teu sangue quis esconder
Descobri  os teus segredos
E o vento frio da vergonha fez voce tremer.
Mas nao feche os olhos ainda meu amor
Nao tenha pressa de fugir a minha presenca
Por que meu riso e’ sincero e nao julga tua sentenca
Nao vou perdoar os teus pecados pq nasci Povo nao Clero
Nao creio que eu vou lhe apontar o que e’ ou nao  certo
Mas sempre que puder,eu quero.




Vina Schneider

segunda-feira, setembro 25, 2006

-

DesCaminhos




Da minha poesia ninguem nunca quis saber.
Tanto que ate eu mesmo me esqueci
Do lugar de onde venho e de tudo que vi.
Minha palavra se perdeu no caminho de Sorocaba ,
Nos dentes de uma Vampira com o beijo envenenado.

A minha virtude eu mesmo escondi
Debaixo do travesseiro pra nao ser roubada.
Escondi e tranquei com senhas invertidas
Nos descaminhos da vida descobri que toda ela estava perdida,
E sou Eu hoje o ladrao mais avido por esse tesouro
por saber que no mundo nao existe outro
que pudesse ser meu e so’.

Nao posso mais dividir com ninguem
O que pensei que tinha de melhor.

Minha valentia eu adquiri nas tardes de todo dia,
Que corria entre os lencois coloridos que minha avo estendia
no varal do quintal onde se perdeu minha familia
Nas musicas que a radio popular repetia.

Ali, entre aqueles pedacos quentes de mundo
Eu deixei a heranca do meu sangue ,
e comigo so’ trouxe o nome
pra me perder por sabe-se la’ onde.



Vina Schneider

sábado, julho 08, 2006

Quando e' Demais

Overdose de Amor



Olhando pra tras na rapida transicao das horas que se repetem/
Me vem a memoria os dias da nossa juventude
Que desperdicamos na ponta de uma brasa ou agulha/
No banheiro apertado de algum bar /
E nem era sabado anoite/
A mesma melodia que desaparecia no ar/
Nas vozes da verdade que nao alcacavam nossos ouvidos/
Nos sabiamos que estavamos selando ali nosso destino/
A bolha onde ainda viajariamos por muitos anos/
Arrependendo-nos dos nossos erros
E questionando nossos acertos/

- Quem amou ? Quem Amei ?/

O amor se torna um elemento disperso quando misturado
a quimicos e viagens feitas na poltrona de casa/
na cama alheia ou num carro em alta velocidade/
O amor e’ puro demais para permitir-se mesclar com tais agentes/
E’ pesado demais para se desfazer no ar como fumaca /
E duro demais para ser injetado ou inalado/
E’ branco demais para nao brilhar no escuro /
E muito valioso para passar despercebido por essa vizinhanca violenta …/

E onde foi que erramos?/
Quando foi que acertamos?/
Sabemos onde comecou mas nao se sabe onde se perdeu /
Nem por que /
Nem pra quem/

O amor desceu pela privada na ultima batida policial/
E agora e’ tarde demais para buscarmos evidencias.

O coracao bateu pela ultima vez
quando a porta se fechou as suas costas/
para nao mais voltar.









Vina Schneider

terça-feira, junho 13, 2006

A Feira das Duviddas






O que sou eu ,
senao a hipocrisia de tudo aquilo que eu condeno,
vista pelos olhos de outro alguem ?

O que sou eu ,
senao o medo contido na Adrenalina que me faz voAr mais alto ?

O que sou eu ,
senao o pe' que pisa o proprio orgulho de nao ser o vencedor,
quando mais preciso da vitoria ?

O que sou eu ,senao a pedra que afia a faca que me golpeia ?

O que sou eu ,senao o traidor do reino Onde Reino Eu ?

O que sou eu ,senao o desmoralizador de minhas novas ideias ,
o destruidor de meu proprio lar ?

O Que s0u Eu , e OndE e' MeU Lar ? ? ?


O que sou eu senao a luz da minha escuridao, e o unico capaz de acende- la ?

O que sou Eu ,senao a inercia de meus movimentos mais cuidadosamente ca1culado5 ?

O que sou senao o desertor do meu Pr0prio eXercito em batalha ?

O que sou eu ,
senao o vento que apaga as minhas pegadas na areia
e a
Agua que afoga meu Pulmao quando Sou Anfibio ?

O que sou eu ,
senao o proprio desespero da Felicidade que eu busco
e ao mesmo tempo

a Alegria de estar Vivo e poder assim me desesperar ?






Vina Schneider





quinta-feira, junho 08, 2006

O Sonoro RetoRno do Meddo

Meu Computaddor foi tomado de assalto por Fotos de Festas Fantasmas
que circularamm pelo YorGut enchendo o Saco de quem O tem.
Nao E' meu caSo.

Nessa tremenda Confusao , tive que reinstalar o Windows e Salvei todos os textos , fotos , arquivos e sabe-se la' o que mais num singelo CD ...que eu nao tenho Ideia de onde foi Pararr.
Cd nao tem Perna , entao e' apenas uma questAo de tempo ate' que eu o Encontre por aqui. Ate la' vou tentar entreTer voce com o Audio de um dos meus Poemas Prediletos , que eu nao Lembro quando nem por que escrevi.
Talvez por issso mesmo me Agrade Tanto.



Acompanha o Link da primeira postagem do Dito-Cujo

http://vidda.blogspot.com/2005/01/meddo.html




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Com a Cara e a Coraggem
Vina Schneider

segunda-feira, maio 08, 2006

Audiopost

Na primeira vez q eu ouvi falar de um Blog , tive a explicacao de que era um diario eletronico . Que legal -pensei, voce vai escrever diariamente o que se passa na sua vida e todo mundo vai LER ... o tempo passou e o significado de Blog mudou um pouquinho pra mim , especialmente agora que sei que voce pode , alem de LER , OUVIR o que eu tenho a dizer.

Pensei em usar o meu primeiro Audiopost para me apresentar aos que nao me conhecem e falar um pouco sobre mim ...mas falar sobre si mesmo e' CHATO demais , bom e' falar dos outros . Entao eu vou comecar falando do Kaio.





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Vina Schneider

quarta-feira, maio 03, 2006

Quem Abandona Quem

(a dificil missao de deixar de fumar)


Um pedaco de mim ficou preso ao ultimo cigarro que eu acendi
Nao sei se na boca , nao sei se na ponta
Nao sei se queimou com a chama ou se eu cuspi com a coca
Talvez tenha se fixado na ponta amarelada dos meus dedos
Ou talvez na fumaca que eu presenteei a atmosfera
Nao sei
Mas algo ficou pra tras.

Senti-me Nu quando pela primeira vez cheguei em casa e nao acendi um cigarro
Mas , hey , eu estava mesmo nu
Ja nao me lembro bem como era boa a sensacao de me sentar ao trono
Munido de jornal e um cigarro , e todo o universo de azulejos bege e branco
Que ecoavam a minha voz e retinham os meus pensamentos flutuando
Como se fosse ali o ninho de uma aguia
Isolado de toda humanidade , se preparando para espalhar suas asas pelo mundo
No exato momento em que a porta do banheiro fosse aberta

Senti-me sozinho quando, no outro dia de manha
Depois de vestido e alimentado
Encarei a rua de maos vazias , como um menino que parte para o colegio
sem seu dever de casa , certo de que sua nota bimestral sera gravemente alterada.
Como acalento , pus na boca um singelo Tic-Tac

Pior foi entrar no carro , sentar ao banco do motorista
Dar partida e ligar o radio
Sem levar a mao `a boca nem uma unica vez.
Abri os vidros apenas por costume
Mas o excesso de oxigenio e a falta de nicotina me forcaram a fecha-lo
Antes da primeira curva.

No trabalho ninguem notou
Mas meu olhar carregava um Que de solidao
E minha boca salivava de forma incomum enquanto observava o patio exterior
Onde meus companheiros de almoco nao sentiram minha falta.
Na minha mesa ,apenas eu , meu lanche e o dissimulado Tic-Tac chacoalhando
Como guizo de serpente .

Como por crueldade , alguem me pediu um cigarro
-- Desculpe-me --
Nao me prendi a explicacoes , nem ele tinha tempo para elas
Na mesa seguinte outra pessoa poderia ajudar-lo.

Na volta pra casa passei na padaria
Pedi o pao ,o leite , queijo e manteiga e sorri.
O balconista , velho conhecido meu , comentou sobre o nosso triste Mengao
3x1 dentro de casa tinha sido o fim da picada
Jamais teria eu me dado conta de que
Ao deixar de fumar , deixaria tambem de PAGAR pelo cigarro
Ainda assim o preco do meu pedido soaria extranhamente alto a um cliente mais atento.

Chegando em casa fui recebido com um abraco apertado e feliz da minha namorada
Que disse adorar o novo sabor que eu trazia na boca.
Pra quem se acostumou a lamber um cinzeiro , chupar um Tic-Tac era emocionante.

Parti mais uma vez nu para o banheiro
Minha cupula de concentracao
Meu recanto seguro e quente , bem iluminado e em breve mal-cheiroso
Quando de repente ouco na cozinha um murro na mesa e um grito:

- Vina seu descarado , mentiroso ,viciado
Voce prometeu que ia parar de fumar!

Filho-da-puta ! por isso que tu e’ balconista a 7 anos ...




Vina Schneider
que ontem completou seu TERCEIRO mes longe do Caretao

segunda-feira, maio 01, 2006

Seu jorge Mundial

Irving Plaza
27 de Abril de 2006




O Brasil que o Mundo inteiro Prrecisa Conhecerr

*******************************************************

Pretinha
Fa�o tudo pelo nosso amor
Fa�o tudo pelo bem de nosso bem (meu bem)
A saudade � minha dor
Que anda arrasando com meu cora��o
N�o Duvide que um dia
Eu te darei o c�u
Meu amor junto com um anel
Pra gente se casar
No cart�rio ou na igreja
Se voc� quiser
Se n�o quiser, tudo bem (meu bem)
Mas tente compreender
Morando em S�o Gon�alo voc� sabe como �
Hoje a tarde a ponte engarrafou
E eu fiquei a p�
Tentei ligar pra voc�
O orelh�o da minha rua
Estava escangalhado
Meu cart�o tava zerado
Mas voc� cr� se quiser...


Sao Gonca
By Seu Jorge


O vina esteve La� Pra Conferir eh Craro

sexta-feira, abril 21, 2006

Rito de Protecao

Rito de Protecao


Minha Mae , minha Lua,
Che Guevara e minha Nacao,
Guardem minha hora , meu destino,
Me deem forca e protecao,
Guiando no escuro a minh’Alma,
Me deem calma pra tomar cada decisao.

Levantem poeira quando eu me esquivar,
E ceguem meus inimigos ate que eu esteja,
Em terreno seguro , de casa familia,
Abafando meus passos , me proteja.

Suporte minha cabeca sobre meus ombros
E nao a deixe tombar com a derrota,
Me faca ver que em cada luta
Um precisa deitar para o outro subir.
Se hoje e meu dia de lamentar ,
Amanha seja ele de sorrir.

Me permitam chorar
Nao mais que o suficiente,
Para lavar meus olhos do que for preciso,
Devolvam a eles o desejo e o brilho,
A clareza pra ver atraves da fumaca
Cada passo uma barreira que meu corpo ultrapassa.

Minha Mae , minha Lua ,
Che Guevara e minha Nacao,
Permitam-me cumprir meu destino
Guiando-me sempre pela Mao.

Assim Seja




Vina Schneider

segunda-feira, março 20, 2006

* * *







*  Conheci um dia um Poeta
Ele vivia bem perto de mim
Parecia um elefante de tAo espaCoso
Trocava um verso por um amedoin
Parecia um maestro de tAo cuidadoso
Cada palavra era um gesto de precisAo
como se montasse um grande projeto arquitetOnico
de perigosa proporCAo
em que qualquer deslize pode ser Fatal


**  Poesia nao me desce pela garganta
Cada vez que me toca o palato
  se debate como bicho selvagem em corrente eletrica-sanguinea
Desferindo golpes desmedidos nas paredes inchadas da minha traqueia
Arrastando suas laminas nas minhas cordas vocais vibrantes
Ate se prender na altura do crucifixo que carrego
  desde os tempos de menino ,
quando fugia as aulas de anatomia...
Por essas e outras nao me desce a poesia.





***Vina Schneider

quinta-feira, março 16, 2006


Amor `a Exaustao


Duvido que eu possa vir no mundo a conhecer
Vista mais apreciada que seu rosto de perfil
Apoiado na minha perna dormente
Enquanto voce cochila
Aconchegando seu corpo no meu colo
Lentemante
Um palmo por suspiro
Um sorriso por carinho ,

Duvido que meus ouvidos possam vir a escutar
Melhor reclamacao que seus gemidos sonolentos
Quando sente que meus dedos se afastam de tua pele ericada.
Nao te nego esse carinho!
entenda.
E somente um momento de fraqueza onde
Deixo que a dor latejante de um musculo insignificante
Fale mais alto que o prazer de te dar prazer.

Nao creio que haja orgao mais resistente no meu corpo
Que o coracao que trago ja� a boca.
Me impressiona a facilidade elastica dele
Ao se inflar em deleite `a sua visao
Se expandindo geograficamente para so� assim
Ser capaz de suportar dentro dele esse amor que transborda
Pelo canto da minha boca...
Impressiona tambem a forma como ele se contrai
Para esconder-se atras de uma costela
Quando percebe estar sozinho e longe do teu abraco apertado...



Vina Schneider



**********************

�...Minha cama e� teu
Colo
Onde realizo meu sonho
De te Amar
A vida inteira...�
VS

domingo, março 05, 2006

5 Minutos


Presto aqui meu respeito pelas pessoas que cruzam nosso caminhos nos momentos mais inesperados (por vezes inoportunos) e que deixam marcada uma memoria qualquer , que mais tarde , nos intriga a refletir sobre o tempo e a continuidade de cada ser humano sobre a terra .


Segue trechos de um poema Azteca de  
NEZAHUALCOYOTL  (coyote hambriento)
Rei de Texcoco (1403-1472)
:
        

“…All the earth is a grave and nothing escapes it, nothing is so perfect that it does not descend to its tomb.
Rivers, rivulets, fountains and waters flow, but never return to their joyful beginnings;
anxiously they hasten on the vast realms of the rain god.
As they widen their banks, they also fashion the sad urn of their burial…


…'When we die,truly we die not,because we will live, we will rise,we will continue living, we will awakenThis will make us happy'…

…Even jade is shattered,Even gold is crushed,Even quetzal plume are torn . . .One does not live forever on this earth:We endure only for an instant!
…Our song is a bird calling out like a jingle:how beautiful you make it sound!Here, among flowers that enclose us,among flowery boughs you are singing…”


A diferenca entre cada homem esta nas marcas deixadas por onde ele passa,
no comeco era a Luz , no fim so’ a memoria.
Doe Amor.

Vina Schhh.............

domingo, fevereiro 19, 2006

Vi uns amigos falando sobre a primeira poesia de suas vidas...e me senti mal por nao saber recitar a peosia q me fez despertar o interesse pelo campo.


Trago entao:


ISMÁLIA

Quando Ismália enlouqueceu,
pôs-se na torre a sonhar
viu uma lua no céu
viu outra lua no mar

no sonho em que se perdeu,
banhou-se toda em luar,
queria subir ao cëu
queria descer ao mar

e no desvario seu
na torre pôs-se a cantar
estava perto do céu
estava longe do mar

e como um anjo
pendeu as asas para voar
queria a lua do céu
queria a lua do mar

as asas que Deus lhe deu
ruflaram de par em par
sua alma subiu ao céu
seu corpo desceu ao mar



Alphonsus de Guimarães

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Nada de Cheiro

Nada de Cheiro



Amanheceu
Exatamente como ontem e sempre
E o dia que surgia nem percebeu
Que voce nao estava presente.
A cidade despertava na surdina
As pessoas sem pressa pra viver
Jornal, cafe e sono na esquina
Mas sem voce.

Ninguem viu voce partir,
Nenhum olhar testemunhou
So’ o vazio severo pra revelar que
As cores de antes ja nao estavam ali.
Na cama
             um so’,
No tapete
             os passos,
No ar
         um nada de cheiro,
A mesa posta um copo vazio.
       Mas de voce nem meio.

Quantas horas, quantas contas
Quantas coisas nao pararam,
Nao calaram.
Simplesmente chegavam ,
        !BOMDIA!
E passavam.

Caiu a noite
Exatamente como sempre e ontem.
E ja nao lembrava se voce vinha ou nao
Mas a luz ficou acesa
A porta entreaberta
E o travesseiro no colchao.



Vina Schneider

sexta-feira, janeiro 27, 2006

loucuras da madrugada

                                                         Loucuras da madrugada







Um inseto mudo sobrevoa o  salao das verdades
Desenhando no ar um gesto desesperado
Como se dele dependesse o movimento de rotacao
de um mundo em miniatura
Um universo paralelo , que se desprende pouco a pouco
Uma palavra por vez
Uma lagrima por vez
Uma memoria por vez.
               :::-:::
Uma marionete sentada esquecida
Finge viver a vida dentro da caixa a qual foi enclausurada
Criando monologos e dialogos com os pedacos de papelao
Que esfarelam-se com o passar dos anos .
Atada as cordas que ela mesma embaralhou desde
A ultima crise existencial
(primeira na historia das bonecas)
Ela tenta nao sentir o desconforto
Contando estrelas que ela mesma desenhou
Em sua ultima inspiracao astral,
Quando viajou a saturno e deslizou nos seus aneis.
                :::-:::
Cada estrela possui seu proprio nome
E merece assim ser chamada.
O homem tem o costume de repetir os nomes dos seus filhos
E para sentir-se superior criou as constelacoes.
Ursa Maior e’ a puta que o pariu,
E depois de parir o chamou Jose Arnaldo.
Felizes sao as estrelas que falam todas o mesmo idioma , nao possuem
Nacionalidade , nem asteiam bandeiras,
Vagueiam livres pelo infinito buscando sua outra metade que partiu
A alguns poucos milhoes de anos luz.
        :::-:::
O onibus para o paraiso passou lotado
E deixou na pista um descamisado que esteve aguardando
Sua chance de ser menos triste nessa eterna e redonda sala de espera
Chamado planeta terra .
Nao lhe ofereceram um cafe, nao lhe deram uma revista ,
Nao puseram uma musica do kenny G nem ligaram o ar condicionado.
Ele era so’ um descamisado.
Proximo por favor!
         ::::-::::
Os acordes de uma guitarra melodica ecoaram pelos corredores.
Alguns pacientes ainda dormiam , outros tomavam
A primeira pilula , a primeira injecao , a primeira dose
De um tratamento descompassado e sem logica
Que parece servir apenas para os manter mais doentes.
Ninguem pareceu se importar com mais aquele louco que lutava
Com seus dedos pelas cordas de aco como um gladiador numa arena
Dominada por bestas famintas,
Do’ ,  e a espada golpeava da direita pra esquerda diagonalmente,
Mi , subia a lamina ja’ manchada de sangue,
Remenor , um passo atras,
Fa’ em setima ,e afundava no flanco esquerdo
Fa’ sustenido , no direito.
       O enfermeiro entra e deixa sobre a mesa  3 comprimidos de cores diferentes.
Re’ menor
La , um giro sobre a cabeca acertando em cheio o pescoca da primeira besta que cai
Suspirando pela ultima vez.
            Um solo , e os aplausos ....
E’ findo o espetaculo.

               :::+:::


Vina Schneider  a 20 de maio de 2005, 11:15 da noite imaginando como sao os seus dias num lugar que ele nao conhece.

domingo, janeiro 22, 2006

Estrada










Pontes e ruas ligando pessoas,
Levando memorias
Deixando vestigios
Quartos e salas perdendo sentidos
Palavras e gestos tao certos e imprecisos
Teu rosto num cartaz e teu sonho num papel
Teu gosto no meu copo
Tua vida no meu corpo
Minha vida na tua mao
Meu tempo perdido na falta de tua atencao.

Me diga um numero e eu transformo em dois
Eu, voce e a soma dos nossos produtos
Voce e eu multiplicando o mundo
E pra que mais?

Noite adentro e eu na janela
Mundo afora e cade voce?
Partiu sem mim na viagem do tempo
Noite adentro e eu sem ela.

Vina Schneider