segunda-feira, setembro 25, 2006

-

DesCaminhos




Da minha poesia ninguem nunca quis saber.
Tanto que ate eu mesmo me esqueci
Do lugar de onde venho e de tudo que vi.
Minha palavra se perdeu no caminho de Sorocaba ,
Nos dentes de uma Vampira com o beijo envenenado.

A minha virtude eu mesmo escondi
Debaixo do travesseiro pra nao ser roubada.
Escondi e tranquei com senhas invertidas
Nos descaminhos da vida descobri que toda ela estava perdida,
E sou Eu hoje o ladrao mais avido por esse tesouro
por saber que no mundo nao existe outro
que pudesse ser meu e so’.

Nao posso mais dividir com ninguem
O que pensei que tinha de melhor.

Minha valentia eu adquiri nas tardes de todo dia,
Que corria entre os lencois coloridos que minha avo estendia
no varal do quintal onde se perdeu minha familia
Nas musicas que a radio popular repetia.

Ali, entre aqueles pedacos quentes de mundo
Eu deixei a heranca do meu sangue ,
e comigo so’ trouxe o nome
pra me perder por sabe-se la’ onde.



Vina Schneider