sexta-feira, abril 21, 2006

Rito de Protecao

Rito de Protecao


Minha Mae , minha Lua,
Che Guevara e minha Nacao,
Guardem minha hora , meu destino,
Me deem forca e protecao,
Guiando no escuro a minh’Alma,
Me deem calma pra tomar cada decisao.

Levantem poeira quando eu me esquivar,
E ceguem meus inimigos ate que eu esteja,
Em terreno seguro , de casa familia,
Abafando meus passos , me proteja.

Suporte minha cabeca sobre meus ombros
E nao a deixe tombar com a derrota,
Me faca ver que em cada luta
Um precisa deitar para o outro subir.
Se hoje e meu dia de lamentar ,
Amanha seja ele de sorrir.

Me permitam chorar
Nao mais que o suficiente,
Para lavar meus olhos do que for preciso,
Devolvam a eles o desejo e o brilho,
A clareza pra ver atraves da fumaca
Cada passo uma barreira que meu corpo ultrapassa.

Minha Mae , minha Lua ,
Che Guevara e minha Nacao,
Permitam-me cumprir meu destino
Guiando-me sempre pela Mao.

Assim Seja




Vina Schneider

segunda-feira, março 20, 2006

* * *







*  Conheci um dia um Poeta
Ele vivia bem perto de mim
Parecia um elefante de tAo espaCoso
Trocava um verso por um amedoin
Parecia um maestro de tAo cuidadoso
Cada palavra era um gesto de precisAo
como se montasse um grande projeto arquitetOnico
de perigosa proporCAo
em que qualquer deslize pode ser Fatal


**  Poesia nao me desce pela garganta
Cada vez que me toca o palato
  se debate como bicho selvagem em corrente eletrica-sanguinea
Desferindo golpes desmedidos nas paredes inchadas da minha traqueia
Arrastando suas laminas nas minhas cordas vocais vibrantes
Ate se prender na altura do crucifixo que carrego
  desde os tempos de menino ,
quando fugia as aulas de anatomia...
Por essas e outras nao me desce a poesia.





***Vina Schneider

quinta-feira, março 16, 2006


Amor `a Exaustao


Duvido que eu possa vir no mundo a conhecer
Vista mais apreciada que seu rosto de perfil
Apoiado na minha perna dormente
Enquanto voce cochila
Aconchegando seu corpo no meu colo
Lentemante
Um palmo por suspiro
Um sorriso por carinho ,

Duvido que meus ouvidos possam vir a escutar
Melhor reclamacao que seus gemidos sonolentos
Quando sente que meus dedos se afastam de tua pele ericada.
Nao te nego esse carinho!
entenda.
E somente um momento de fraqueza onde
Deixo que a dor latejante de um musculo insignificante
Fale mais alto que o prazer de te dar prazer.

Nao creio que haja orgao mais resistente no meu corpo
Que o coracao que trago ja� a boca.
Me impressiona a facilidade elastica dele
Ao se inflar em deleite `a sua visao
Se expandindo geograficamente para so� assim
Ser capaz de suportar dentro dele esse amor que transborda
Pelo canto da minha boca...
Impressiona tambem a forma como ele se contrai
Para esconder-se atras de uma costela
Quando percebe estar sozinho e longe do teu abraco apertado...



Vina Schneider



**********************

�...Minha cama e� teu
Colo
Onde realizo meu sonho
De te Amar
A vida inteira...�
VS

domingo, março 05, 2006

5 Minutos


Presto aqui meu respeito pelas pessoas que cruzam nosso caminhos nos momentos mais inesperados (por vezes inoportunos) e que deixam marcada uma memoria qualquer , que mais tarde , nos intriga a refletir sobre o tempo e a continuidade de cada ser humano sobre a terra .


Segue trechos de um poema Azteca de  
NEZAHUALCOYOTL  (coyote hambriento)
Rei de Texcoco (1403-1472)
:
        

“…All the earth is a grave and nothing escapes it, nothing is so perfect that it does not descend to its tomb.
Rivers, rivulets, fountains and waters flow, but never return to their joyful beginnings;
anxiously they hasten on the vast realms of the rain god.
As they widen their banks, they also fashion the sad urn of their burial…


…'When we die,truly we die not,because we will live, we will rise,we will continue living, we will awakenThis will make us happy'…

…Even jade is shattered,Even gold is crushed,Even quetzal plume are torn . . .One does not live forever on this earth:We endure only for an instant!
…Our song is a bird calling out like a jingle:how beautiful you make it sound!Here, among flowers that enclose us,among flowery boughs you are singing…”


A diferenca entre cada homem esta nas marcas deixadas por onde ele passa,
no comeco era a Luz , no fim so’ a memoria.
Doe Amor.

Vina Schhh.............

domingo, fevereiro 19, 2006

Vi uns amigos falando sobre a primeira poesia de suas vidas...e me senti mal por nao saber recitar a peosia q me fez despertar o interesse pelo campo.


Trago entao:


ISMÁLIA

Quando Ismália enlouqueceu,
pôs-se na torre a sonhar
viu uma lua no céu
viu outra lua no mar

no sonho em que se perdeu,
banhou-se toda em luar,
queria subir ao cëu
queria descer ao mar

e no desvario seu
na torre pôs-se a cantar
estava perto do céu
estava longe do mar

e como um anjo
pendeu as asas para voar
queria a lua do céu
queria a lua do mar

as asas que Deus lhe deu
ruflaram de par em par
sua alma subiu ao céu
seu corpo desceu ao mar



Alphonsus de Guimarães

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Nada de Cheiro

Nada de Cheiro



Amanheceu
Exatamente como ontem e sempre
E o dia que surgia nem percebeu
Que voce nao estava presente.
A cidade despertava na surdina
As pessoas sem pressa pra viver
Jornal, cafe e sono na esquina
Mas sem voce.

Ninguem viu voce partir,
Nenhum olhar testemunhou
So’ o vazio severo pra revelar que
As cores de antes ja nao estavam ali.
Na cama
             um so’,
No tapete
             os passos,
No ar
         um nada de cheiro,
A mesa posta um copo vazio.
       Mas de voce nem meio.

Quantas horas, quantas contas
Quantas coisas nao pararam,
Nao calaram.
Simplesmente chegavam ,
        !BOMDIA!
E passavam.

Caiu a noite
Exatamente como sempre e ontem.
E ja nao lembrava se voce vinha ou nao
Mas a luz ficou acesa
A porta entreaberta
E o travesseiro no colchao.



Vina Schneider

sexta-feira, janeiro 27, 2006

loucuras da madrugada

                                                         Loucuras da madrugada







Um inseto mudo sobrevoa o  salao das verdades
Desenhando no ar um gesto desesperado
Como se dele dependesse o movimento de rotacao
de um mundo em miniatura
Um universo paralelo , que se desprende pouco a pouco
Uma palavra por vez
Uma lagrima por vez
Uma memoria por vez.
               :::-:::
Uma marionete sentada esquecida
Finge viver a vida dentro da caixa a qual foi enclausurada
Criando monologos e dialogos com os pedacos de papelao
Que esfarelam-se com o passar dos anos .
Atada as cordas que ela mesma embaralhou desde
A ultima crise existencial
(primeira na historia das bonecas)
Ela tenta nao sentir o desconforto
Contando estrelas que ela mesma desenhou
Em sua ultima inspiracao astral,
Quando viajou a saturno e deslizou nos seus aneis.
                :::-:::
Cada estrela possui seu proprio nome
E merece assim ser chamada.
O homem tem o costume de repetir os nomes dos seus filhos
E para sentir-se superior criou as constelacoes.
Ursa Maior e’ a puta que o pariu,
E depois de parir o chamou Jose Arnaldo.
Felizes sao as estrelas que falam todas o mesmo idioma , nao possuem
Nacionalidade , nem asteiam bandeiras,
Vagueiam livres pelo infinito buscando sua outra metade que partiu
A alguns poucos milhoes de anos luz.
        :::-:::
O onibus para o paraiso passou lotado
E deixou na pista um descamisado que esteve aguardando
Sua chance de ser menos triste nessa eterna e redonda sala de espera
Chamado planeta terra .
Nao lhe ofereceram um cafe, nao lhe deram uma revista ,
Nao puseram uma musica do kenny G nem ligaram o ar condicionado.
Ele era so’ um descamisado.
Proximo por favor!
         ::::-::::
Os acordes de uma guitarra melodica ecoaram pelos corredores.
Alguns pacientes ainda dormiam , outros tomavam
A primeira pilula , a primeira injecao , a primeira dose
De um tratamento descompassado e sem logica
Que parece servir apenas para os manter mais doentes.
Ninguem pareceu se importar com mais aquele louco que lutava
Com seus dedos pelas cordas de aco como um gladiador numa arena
Dominada por bestas famintas,
Do’ ,  e a espada golpeava da direita pra esquerda diagonalmente,
Mi , subia a lamina ja’ manchada de sangue,
Remenor , um passo atras,
Fa’ em setima ,e afundava no flanco esquerdo
Fa’ sustenido , no direito.
       O enfermeiro entra e deixa sobre a mesa  3 comprimidos de cores diferentes.
Re’ menor
La , um giro sobre a cabeca acertando em cheio o pescoca da primeira besta que cai
Suspirando pela ultima vez.
            Um solo , e os aplausos ....
E’ findo o espetaculo.

               :::+:::


Vina Schneider  a 20 de maio de 2005, 11:15 da noite imaginando como sao os seus dias num lugar que ele nao conhece.

domingo, janeiro 22, 2006

Estrada










Pontes e ruas ligando pessoas,
Levando memorias
Deixando vestigios
Quartos e salas perdendo sentidos
Palavras e gestos tao certos e imprecisos
Teu rosto num cartaz e teu sonho num papel
Teu gosto no meu copo
Tua vida no meu corpo
Minha vida na tua mao
Meu tempo perdido na falta de tua atencao.

Me diga um numero e eu transformo em dois
Eu, voce e a soma dos nossos produtos
Voce e eu multiplicando o mundo
E pra que mais?

Noite adentro e eu na janela
Mundo afora e cade voce?
Partiu sem mim na viagem do tempo
Noite adentro e eu sem ela.

Vina Schneider

domingo, dezembro 25, 2005

Navegante

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Pulei alguns muros e bati de frente com outros , mas conservo ainda
quase todos os dentes necessários
pra nao ter mais que correr das feras que cruzarem o meu caminho
e nem ter que esconder o sorriso para quem precisar dele.
V.S.
********* ****************** ****************** *********


Navegante

Eu precisei de um tempo pra saber quem era essa pessoa que eu chamo de Eu
o que se escondia por detrás do meu olhar mudo e dos meus gestos tão gritantes,
Entender que a minha inoperancia em relação a vida
era em sí o primeiro passo para uma maratona em busca da felicidade plena
e que estar imóvel às vezes é a melhor atitude a se tomar.
entender que , quase sempre,
o barulho que me cerca é mesmo só barulho , e nada mais.

Quebrei alguns espelhos que pareciam distorcer minha imagem
e por muito tempo tive raiva do meu proprio reflexo,
Até me dar conta de que o espelho só cumpre sua função
de mostrar a nós mesmos como nos vemos.
Fui incompleto , fui cubista , fui abstrato
me faltava um pouco de alma , me sobravam olhos e bocas,
meus ouvido estavam tapados
e minhas idéias se faziam poucas.
Insatisfeito comigo mesmo
não tinha nada a oferecer
foi duro , mas necessário . me apaguei pra começar a refazer.

Joguei fora minhas teorias , sobre homem mulher e sentimento.
Guardei numa gaveta funda os meus rancores e tranquei com a chave dentro
Troquei de lugar os meus retratos , e em quase todos desenhei bigodes.
-quando se trata de mudar o caráter , um pouco de humor é ingrediente forte-
Pintei as paredes do quarto pra renovar e aliviar o hambiente,
Descarreguei sobre o travesseiro a raiva
de nao saber em que direção soprava o vento,
Comprei uma mochila nova e pus todas as minhas apostas nela.
Arranjei uma bicicleta emprestada...
deixei você de lado e me perdi mundo adentro.

Precisei de um tempo para encontrar um lugar onde eu pudessse sentir que minha presença nao era indispensável ,
e que minha ausência era sentida.
Me encontrei ...e agora posso navegar.

Vina Schneider

quinta-feira, dezembro 15, 2005

A Maior Das Minorias

A Maior das Minorias


Me explica esse punho cerrado
esse ódio do novo
essa onda de globalização violenta por todo o globo.
Me explica a tua superioridade
a tua autoridade
e teu poder de dizer quem é ou não o seu povo.
Me explica esse olho puxado,
essa pele curtida,
esse cabelo cortado na altura da perplexidade de quem
te vê e te julga
pelos teus atos radicais,
pela tua fúria patriótica em programas sindicais
que nao abraçam essa gente que te leva nos braços.

Quem fez a tua casa e regou a tua terra de rubro encarnado
marcou tua história e agora é caçado,
impedido de vestir tua camisa e ser chamado
de companheiro nessa vitória comprada,
impedido dos direitos básicos de entrar e sair
por esses portões tão bem guardados.

Quem traça teu destino medido em galão
que cede o espaço pra teus caminhões
sugarem da terra o que não lhes pertence,
roubando o pão da nossa pobre gente,
por um passo pequeno pra quem não merece
nada além de um empurrão e um bom puxão de orelhas...

Mas as chicotadas seguem caindo sobre as costas
de quem sempre esteve amarrado ao pelourinho.
A maior das minorias.


Vina Schneider

quarta-feira, novembro 09, 2005

Sereia

Era Assim

Tinha a pele que era algo que nao era nem branco nem cor nenhuma , era luz ,
era algo que estava no ar ,
sentia-se mas nao sabia ao certo se podia-se tocar.
Na cabeca nao haviam cabelos como os mortais ,
carregava sim correntes de ervas trancadas e regadas com mel e areia , o que lhes dava uma textura parecida com nuvem pesada de chuva no final de uma tarde quente.
Seus olhos eu nao vi , mas senti me fitarem,
E pensei por um instante que fosse ali mesmo morrer
Na presenca daquele ser,
Que me acariciava os labios e a alma.
era frio e suor,
era sono e excitacao ao mesmo tempo ,
era agua e era vento ,
era vontade de trabalhar em fim de semana de ferias,
era tanto e tudo que eu nao sabia
era meus livros ,minha breve historia ,
minha pouca sapiencia e minha fraca poesia.

E eu me perdia no meio dela , como quem se perde no seu prorpio quarto escuro,
sabia exatamente onde estava cada coisa ,
cada parte do seu corpo
e sabia com que firmeza ou delicadeza tocar
mas nao podia.
Eu tentava e ela fugia
E talvez por isso fosse tao bom ,
era sentir o gosto da boca Escorrendo por entre as maos ,
e o aroma das coxas
Se esfregando no meu colchao.

Cada vez que respirava ,fazia rodar minha cabeca
E apoiava no seu colo de luz,
E cantava para eu dormir
E sonhar com mais um regresso para o paraiso
que era sua companhia.
E eu chorava de saudade cada vez que adormecia.



Vina Schneider

sábado, novembro 05, 2005

Para Dois

Pra nao Dizer que nao Falhei das Rosas...
E com todas as outras cores.

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Esse texto eu recebi da Jaque sampin , uma pessoa muito maior do que julga os olhos de quem a ve sempre na altura de seus ombros (ou mais baixo ainda , pros da minha estatura),  Mesmo pra quem so’ a ve por meio de fotos e memorias  .
Voce um dia vai ser Grande Jaque  .Talento e’ o que voce tem de sobra.

====conpaneros y conpaneras , con la palabra el senor Eduardo Galeano:


O DIREITO DE SONHAREduardo Galeano
Tente adivinhar como será o mundo depois do ano 2000. Temos apenas uma única certeza: se estivermos vivos, teremos virado gente do século passado. Pior ainda, gente do milênio passado.
Sonhar não faz parte dos trinta direitos humanos que as Nações Unidas proclamaram no final de 1948. Mas, se não fosse por causa do direito de sonhar e pela água que dele jorra, a maior parte dos direitos morreria de sede.
Deliremos, pois, por um instante. O mundo, que hoje está de pernas para o ar, vai ter de novo os pés no chão.
Nas ruas e avenidas, carros vão ser atropelados por cachorros.
O ar será puro, sem o veneno dos canos de descarga, e vai existir apenas a contaminação que emana dos medos humanos e das humanas paixões.
O povo não será guiado pelos carros, nem programado pelo computador, nem comprado pelo supermercado, nem visto pela TV.
A TV vai deixar de ser o mais importante membro da família, para ser tratada como um ferro de passar ou uma máquina de lavar roupas.
Vamos trabalhar para viver, em vez de viver para trabalhar.
Em nenhum país do mundo os jovens vão ser presos por contestar o serviço militar. Serão encarcerados apenas os quiserem se alistar.
Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem de qualidade de vida a quantidade de coisas.
Os cozinheiros não vão mais acreditar que as lagostas gostam de ser servidas vivas.
Os historiadores não vão mais acreditar que os países gostem de ser invadidos.
Os políticos não vão mais acreditar que os pobres gostem de encher a barriga de promessas.
O mundo não vai estar mais em guerra contra os pobres, mas contra a pobreza. E a indústria militar não vai ter outra saída senão declarar falência, para sempre.
Ninguém vai morrer de fome, porque não haverá ninguém morrendo de indigestão.
Os meninos de rua não vão ser tratados como se fossem lixo, porque não vão existir meninos de rua.
Os meninos ricos não vão ser tratados como se fossem dinheiro, porque não vão existir meninos ricos.
A educação não vai ser um privilégio de quem pode pagar por ela.
A polícia não vai ser a maldição de quem não pode comprá-la.
Justiça e liberdade, gêmeas siamesas condenadas a viver separadas, vão estar de novo unidas, bem juntinhas, ombro a ombro.
Uma mulher - negra - vai ser presidente do Brasil, e outra - negra - vai ser presidente dos Estados Unidos. Uma mulher indígena vai governar a Guatemala e outra, o Peru.
Na Argentina, as loucas da Praça de Maio vão virar exemplo de sanidade mental, porque se negaram a esquecer, em tempos de amnésia obrigatória.
A Santa Madre Igreja vai corrigir alguns erros das Tábuas de Moisés. O sexto mandamento vai ordenar: "Festejarás o corpo". E o nono, que desconfia do desejo, vai declará-lo sacro.
A Igreja vai ditar ainda um décimo-primeiro mandamento, do qual o Senhor se esqueceu: "Amarás a natureza, da qual fazes parte".
Todos os penitentes vão virar celebrantes, e não vai haver noite que não seja vivida como se fosse a última, nem dia que não seja vivido como se fosse o primeiro.

sábado, outubro 15, 2005

Batendo Poeira

inpiracao nota 0 pro Vina que so' poe letra velha no blog.
mas ...e' o que ha'.





Declaracao de amor





Sirenes correndo pela janela do meu quarto
e sei que mais um corpo nesse momento foi marcado
pela furia da lanca do destino,
que atropela e vira pelo avesso o que resta da alma humana
nesses dias de quase calor.

Silencio estatico no meu quarto,
Derretem as paredes que nao sentem vibrar meus gritos entredentes
de jovem arruinado pela incerteza e pelo medo.
Cada um deles pertencem a voce,
Mas se encontram extraviados na minha cabeca ,
Redirecionados pela forca da gravidade que opera sobre o teu espirito
Andarilho e poetico.

Por todas as lagrimas que perfuram meus olhos
ja’ que nao te alcanco ao telefone...
Culpo sempre o destino.

Desde a pimeira vez que vi voce explodir frente aos meus olhos,
Despretenciosamente ancorando minha atencao ,
Desgracadamente aticando minha imaginacao por paisagens
Que foram pintadas a quatro maos (aun que voce negue)...
Aprendi a culpar o destino.

Os anos irao se passar
Nossos corpos vai amadurecer e perecer,
Nossas sementes talvez deem frutos que nos iremos apreciar de formas
Diferentes , assim como mastigamos as dores de nossos amores de formas diferentes , e gozamos nossos prezeres de formas diferentes.

Nao posso culpar o destino por meu amor por voce nao ser igual ao seu por mim, nao posso culpar nada , nenhuma forca nem ninguem por amar tuas palavras mais que tuas curvas , teus pensamentos mais que tua boca ,
Tua excitacao mais que o teu sexo que eu desconheco.

Nao posso culpar o destino ,mas culpo.
Antes a ele do que a nos que somos apenas vitimas desse jogo de sentimentos e palavras que parece nao ter vencedores.


Vina Schneider

ao som de Farofa carioca .

"a carne mais barata do mercado e' a carne negra!!!"

salve Seu Jorge






sexta-feira, setembro 09, 2005

O paradoxo da circunstancia





Eu vou segurar sua mao quando houver apuros
Te confortar e mostrar qu a situacao poderia ser pior
Ou melhor
E que so’ depende de voce.

Eu vou estar contigo quando as coisas da vida que agente nao pode mudar
Mudarem .
Vou estar no balnco do mesmo barco que te enjoa
Mas meu vomito e o que mais sair de mim pode nao se misturar com o seu.
Nao por que ele seja melhor
Ou pior
Mas por que e’ meu , e me custou paciencia , forca e decepcoes para que
Eu pudesse conquistar.

Eu vou estar na mesma montanha russa que te arrasta ladeira abaixo
Dando voltas em torno de si pra tentar arrancar de voce o seu medo
De ser quem voce e’ , sem que isso afete a quem esta no carro de tras.

Eu vou estar na mesma queda live vertiginosa em que voce
Mergulha de cabeca , em direcao ao esgoto da raca humana
O ponto mais baixo que pode o orgulho e a falta de amor ao proximo alcancar...
Mas eu sei que tenho a escolha de abrir o parquedas.

Eu tambem tenho medo de gente ,e quem nao tem??

Amar ao proximo e’ mais facil quando ele se parece com o reflexo do
Espelho do seu banheiro.
Nao quero me convencer de que o que esta na privada seja
A nossa unica semelhanca.

Se a terra tremer eu tambem vou cair. Se chover eu tambem vou me afogar
Mas se voce me insultar eu posso te quebrar a cara ou so’ te ignorar.

Eu vou segurar a sua mao , nao por que eu me importe com voce
Mas por que meu pavor e’ maior que o seu.

As minhas angustias nao podem ser traduzidas na sua lingua ,
Nao pode ser distribuidas nos seus horarios de trabalho
Nem pode preencher os espacos que restam no seu coracao
E na sua alma.
E eu nao exijo que voce me entenda por isso.

Eu tambem nao faco a menor ideia por que diabos voce reza pra Deus
Chamando ele de outro nome .

Minha historia pode ser diferente da sua,
Por que quem ancorou as Naus na minha costa passou bem longe da tua casa
Mas minha geografia nao e’ diferente so’ por que eu me encontro
Em outro angulo do planeta.

Eu tambem nao tenho mais pra onde ir
E empurrar os corpos e temperamentos que me cercam ja’ me custa demais.
Entao que tal nos apenas sermos gentis?


Ame o mundo de frente, mesmo que ele so’ te ame por tras.


Vina Schneider

quinta-feira, agosto 25, 2005

fotos , sem fatos!

Teu retrato na parede


Pintei teu retrato na parede branca da sala
Pintei voce como te vejo , pintei com carinho
Pintei com desejo
Pintei com as pontas dos dedos, com a ponta de mim
Pintei com a cara , com o corpo
Pintei rosas , mato virgem e jasmins
Pintei o que tinha que pintar
Pintei uma garrafa de vinho , um livro de Galeano
Uma pomba pintada, uma jarra de agua pura
Pintei um sorriso e uma lagrima
Pintei um deus e um capeta
Pintei o que tinha que pintar.

Me deitei no chao frio da sala vazia
E me pus a te admirar.
Mas por medo de processos e direitos de uso de imagem
Coloquei o rosto de outra pra disfarcar.


VinA Schneider