quarta-feira, novembro 09, 2005

Sereia

Era Assim

Tinha a pele que era algo que nao era nem branco nem cor nenhuma , era luz ,
era algo que estava no ar ,
sentia-se mas nao sabia ao certo se podia-se tocar.
Na cabeca nao haviam cabelos como os mortais ,
carregava sim correntes de ervas trancadas e regadas com mel e areia , o que lhes dava uma textura parecida com nuvem pesada de chuva no final de uma tarde quente.
Seus olhos eu nao vi , mas senti me fitarem,
E pensei por um instante que fosse ali mesmo morrer
Na presenca daquele ser,
Que me acariciava os labios e a alma.
era frio e suor,
era sono e excitacao ao mesmo tempo ,
era agua e era vento ,
era vontade de trabalhar em fim de semana de ferias,
era tanto e tudo que eu nao sabia
era meus livros ,minha breve historia ,
minha pouca sapiencia e minha fraca poesia.

E eu me perdia no meio dela , como quem se perde no seu prorpio quarto escuro,
sabia exatamente onde estava cada coisa ,
cada parte do seu corpo
e sabia com que firmeza ou delicadeza tocar
mas nao podia.
Eu tentava e ela fugia
E talvez por isso fosse tao bom ,
era sentir o gosto da boca Escorrendo por entre as maos ,
e o aroma das coxas
Se esfregando no meu colchao.

Cada vez que respirava ,fazia rodar minha cabeca
E apoiava no seu colo de luz,
E cantava para eu dormir
E sonhar com mais um regresso para o paraiso
que era sua companhia.
E eu chorava de saudade cada vez que adormecia.



Vina Schneider

Nenhum comentário: