sábado, julho 08, 2006

Quando e' Demais

Overdose de Amor



Olhando pra tras na rapida transicao das horas que se repetem/
Me vem a memoria os dias da nossa juventude
Que desperdicamos na ponta de uma brasa ou agulha/
No banheiro apertado de algum bar /
E nem era sabado anoite/
A mesma melodia que desaparecia no ar/
Nas vozes da verdade que nao alcacavam nossos ouvidos/
Nos sabiamos que estavamos selando ali nosso destino/
A bolha onde ainda viajariamos por muitos anos/
Arrependendo-nos dos nossos erros
E questionando nossos acertos/

- Quem amou ? Quem Amei ?/

O amor se torna um elemento disperso quando misturado
a quimicos e viagens feitas na poltrona de casa/
na cama alheia ou num carro em alta velocidade/
O amor e’ puro demais para permitir-se mesclar com tais agentes/
E’ pesado demais para se desfazer no ar como fumaca /
E duro demais para ser injetado ou inalado/
E’ branco demais para nao brilhar no escuro /
E muito valioso para passar despercebido por essa vizinhanca violenta …/

E onde foi que erramos?/
Quando foi que acertamos?/
Sabemos onde comecou mas nao se sabe onde se perdeu /
Nem por que /
Nem pra quem/

O amor desceu pela privada na ultima batida policial/
E agora e’ tarde demais para buscarmos evidencias.

O coracao bateu pela ultima vez
quando a porta se fechou as suas costas/
para nao mais voltar.









Vina Schneider

Um comentário:

Aline Sampin disse...

Não sei, por experiência própria, o que é falado no texto, mas convivo todos os dias com isso na minha faculdade!! Sabe que me incomoda um pouco... Não o fato de ser o que é! Mas o desperdício do qual vc fala! Me incomoda ver um jovem quem tinha tudo para ter um exelente futuro, surtando no meio de uma escada, nu, sem perspectivas... Pois é, eu me deparei com isso um dia desses, exatamente no quinto andar do prédio de artes da faculdade. Aí alguém pode pensar: só podia ser artísta mesmo! Mas no jardim tem: varios filósofos, biólogos, analistas de sistemas, e por aí vai, todos na mesma situação. As vezes isso me assusta. Porque não sei se foi a vida que fez isso com eles, ou eles fizeram isso com suas próprias vidas!

Lindo texto!