segunda-feira, abril 05, 2010

Estilo Chapeuzinho de Maiô

O meu relógio parou e era
então a sua hora
de partida ao meio
frente ao universo
infiltrado no verso dessa
página agora

o meu pulso parou e era
então a minha hora
de chegada na fente
do corte que é rente
ao lado mais fundo
do que sobrou do orgulho

a sua vontade passou
e ficou um esquema
que funciona em teoria
como você disse que seria
mas na prática deixa
mais desejo do que queixa

e tudo mais seguiu.

Vina Schneider

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Tenda

Aqui dentro tu vais achar pouco,
ou melhor
bem menos do que esperavas.
Talvez mais do que em outra parte
talvez um pouco do que não sabes.
Aqui o que se oferece é sincero,
porém
o que se rouba, o que se toma a força,
o que se ganha aos gritos, não!
O que se exige, o que se impõe,
o que se cobra, não!

Essa é a grande verdade,
e é o que está se ofertando;
venha de mãos vazias,
e se tu fores rica em espírito
saia de mãos abanando.

Vina Schneider

quinta-feira, novembro 20, 2008

Se eu nao soubesse que esse blog sou eu , pensaria ja estar morto.
Se a sessao eh levanta-defunto ...



Coisa de Familia

Uma marionete sentada e esquecida
dentro da caixa em que foi enclausurada,
vivia criando diálogos com as fotos de papelão
que amarelaram-se com o passar do tempo.
Lembranças da sua última conexão astral,
quando foi de trem a saturno para assitir
a virada do universo mais de perto.


Desde a sua última crise existential,
dita a primeira entre as bonecas,
ela não sentia um desconforto assim.
Foi quando preferiu trocar
as estrelas que Prima Emília lhe deu
por umas que ela mesma confeccionou.

Vina Schneider

Revisado com o apoio de Minha Lua.


terça-feira, dezembro 25, 2007

Me visto de Verdade


Para se costurar uma camisa e' necessario
agulha linha e vontade
pano pontaria e precisao
Para e fazer uma camisa
ha de se ter paciencia
a largura do seu conforto se encontra
na linha que traca sua mao


Cada parte da camisa que se junta
forma uma camada daquilo que a vida e'
Tao exato e' o corte de
quem leva o mundo nos ombros
Tao poida e' a alma de quem
leva a estrada debaixo do pe'


Virado no avesso aquilo que trago dentro
exponho no peito o meddo de nao ser Verdadeiro
Nao ser Original
Chega de camuflagem !
nao e' essa a minha tendencia.


Junto meus trapos e estou pronto
Sou alfaiate do meu sentimento rasgado
manchado pelo passado
que eu amarrotei num quarto quente
tingido em anil pelo meio-dia do verao da California
Engomadinho pra se mostrar e carregar
a minha mensagem estampada no Peito





Vina Schneider

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Falta nao faz

Parte de mim adormeceu ,
a outra se calou , Uma disse besteira e a Primeira despertou,
Elucidou os presentes com uma vasta dissertação redundante que ninguem compreendeu,
e partiu...
Deixou pra trás uma fumaça que logo se dissipou,
e tudo aquilo que era acontecimento , era outra vez Tédio ,
Lentidão,
Reticência...
Era então a continuação daquilo que não significou quase nada,
E o Inicio do que seria Rapidamente Esquecido.



Não esta decidido ainda se é mais fácil explicar a ausência
ou a culpa de estar lá naquele momento.
Se é mais fácil aceitar a omissão ou a intransigencia do pensamento.
Se existem mesmo tantos poetas pelas ruas onde passo ,
por que me cobram quando me calo em meu espaco?
Tempo e Matéria são assuntos complexos demais pra quem corre e não sente
quem diz e não sente
quem pensa sentir e quando o faz , mente.
Nao se pode lutar conta a inspiração , mas é possivel trancar-la com correntes
no fundo do peito e garganta.
Trancar na gaveta a euforia e a esperança
de voltar no tempo e talvez ser outra vez ,
o Jovem poeta e rebelde que a vidda me fez.



roubaram-me os interesses e os Tópicos
pintaram de uma só cor o dia e a noite
transformaram todas as rimas em AR ,ER , ou IR...
e do ritmo fizeram um so' descompasso ruidoso .


Ninguém mais me inspira
Não tenho mais Ídolos ,
Minha Perna descoloriu e eu me sinto outra vez só EU...
Um Quase Ninguém chamado

Vina Schneider

terça-feira, outubro 10, 2006

Juri Popular


Juri Popular



(image placeholder)

Lance no ar o teu medo de deixar voar
O pensamento que te atira do decimo segundo andar
Nas ruas perifericas dessa capital
O grande sertao da calcada e’ agora teu quintal
A chuva teu banheiro privado e exclusivo
Te lava as pernas nessa jacuzzi ja’ cozida
O sol vai te enxugar os cabelos
E o arbusto esconder tuas sobras
Depois deitar na tua cama cinza e dura
E o telao da noite sem nuvens vai exibir
A reprise  da lua cheia que tras
Gravada na sua superficie rochosa
O meu nome riscado com a espada de sao jorge
Pois foi voce a unica testemunha ocular de minha morte
Quando prometi pra voce roubar um estrela
E despenquei do galho mais alto da laranjeira
Sem jeito esbarrei num cometa
Que desenhava em seu rastro luminoso
A saga da tua familia
Com os detalhes sordidos que teu sangue quis esconder
Descobri  os teus segredos
E o vento frio da vergonha fez voce tremer.
Mas nao feche os olhos ainda meu amor
Nao tenha pressa de fugir a minha presenca
Por que meu riso e’ sincero e nao julga tua sentenca
Nao vou perdoar os teus pecados pq nasci Povo nao Clero
Nao creio que eu vou lhe apontar o que e’ ou nao  certo
Mas sempre que puder,eu quero.




Vina Schneider

segunda-feira, setembro 25, 2006

-

DesCaminhos




Da minha poesia ninguem nunca quis saber.
Tanto que ate eu mesmo me esqueci
Do lugar de onde venho e de tudo que vi.
Minha palavra se perdeu no caminho de Sorocaba ,
Nos dentes de uma Vampira com o beijo envenenado.

A minha virtude eu mesmo escondi
Debaixo do travesseiro pra nao ser roubada.
Escondi e tranquei com senhas invertidas
Nos descaminhos da vida descobri que toda ela estava perdida,
E sou Eu hoje o ladrao mais avido por esse tesouro
por saber que no mundo nao existe outro
que pudesse ser meu e so’.

Nao posso mais dividir com ninguem
O que pensei que tinha de melhor.

Minha valentia eu adquiri nas tardes de todo dia,
Que corria entre os lencois coloridos que minha avo estendia
no varal do quintal onde se perdeu minha familia
Nas musicas que a radio popular repetia.

Ali, entre aqueles pedacos quentes de mundo
Eu deixei a heranca do meu sangue ,
e comigo so’ trouxe o nome
pra me perder por sabe-se la’ onde.



Vina Schneider

sábado, julho 08, 2006

Quando e' Demais

Overdose de Amor



Olhando pra tras na rapida transicao das horas que se repetem/
Me vem a memoria os dias da nossa juventude
Que desperdicamos na ponta de uma brasa ou agulha/
No banheiro apertado de algum bar /
E nem era sabado anoite/
A mesma melodia que desaparecia no ar/
Nas vozes da verdade que nao alcacavam nossos ouvidos/
Nos sabiamos que estavamos selando ali nosso destino/
A bolha onde ainda viajariamos por muitos anos/
Arrependendo-nos dos nossos erros
E questionando nossos acertos/

- Quem amou ? Quem Amei ?/

O amor se torna um elemento disperso quando misturado
a quimicos e viagens feitas na poltrona de casa/
na cama alheia ou num carro em alta velocidade/
O amor e’ puro demais para permitir-se mesclar com tais agentes/
E’ pesado demais para se desfazer no ar como fumaca /
E duro demais para ser injetado ou inalado/
E’ branco demais para nao brilhar no escuro /
E muito valioso para passar despercebido por essa vizinhanca violenta …/

E onde foi que erramos?/
Quando foi que acertamos?/
Sabemos onde comecou mas nao se sabe onde se perdeu /
Nem por que /
Nem pra quem/

O amor desceu pela privada na ultima batida policial/
E agora e’ tarde demais para buscarmos evidencias.

O coracao bateu pela ultima vez
quando a porta se fechou as suas costas/
para nao mais voltar.









Vina Schneider

terça-feira, junho 13, 2006

A Feira das Duviddas






O que sou eu ,
senao a hipocrisia de tudo aquilo que eu condeno,
vista pelos olhos de outro alguem ?

O que sou eu ,
senao o medo contido na Adrenalina que me faz voAr mais alto ?

O que sou eu ,
senao o pe' que pisa o proprio orgulho de nao ser o vencedor,
quando mais preciso da vitoria ?

O que sou eu ,senao a pedra que afia a faca que me golpeia ?

O que sou eu ,senao o traidor do reino Onde Reino Eu ?

O que sou eu ,senao o desmoralizador de minhas novas ideias ,
o destruidor de meu proprio lar ?

O Que s0u Eu , e OndE e' MeU Lar ? ? ?


O que sou eu senao a luz da minha escuridao, e o unico capaz de acende- la ?

O que sou Eu ,senao a inercia de meus movimentos mais cuidadosamente ca1culado5 ?

O que sou senao o desertor do meu Pr0prio eXercito em batalha ?

O que sou eu ,
senao o vento que apaga as minhas pegadas na areia
e a
Agua que afoga meu Pulmao quando Sou Anfibio ?

O que sou eu ,
senao o proprio desespero da Felicidade que eu busco
e ao mesmo tempo

a Alegria de estar Vivo e poder assim me desesperar ?






Vina Schneider





quinta-feira, junho 08, 2006

O Sonoro RetoRno do Meddo

Meu Computaddor foi tomado de assalto por Fotos de Festas Fantasmas
que circularamm pelo YorGut enchendo o Saco de quem O tem.
Nao E' meu caSo.

Nessa tremenda Confusao , tive que reinstalar o Windows e Salvei todos os textos , fotos , arquivos e sabe-se la' o que mais num singelo CD ...que eu nao tenho Ideia de onde foi Pararr.
Cd nao tem Perna , entao e' apenas uma questAo de tempo ate' que eu o Encontre por aqui. Ate la' vou tentar entreTer voce com o Audio de um dos meus Poemas Prediletos , que eu nao Lembro quando nem por que escrevi.
Talvez por issso mesmo me Agrade Tanto.



Acompanha o Link da primeira postagem do Dito-Cujo

http://vidda.blogspot.com/2005/01/meddo.html




this is an audio post - click to play






Com a Cara e a Coraggem
Vina Schneider

segunda-feira, maio 08, 2006

Audiopost

Na primeira vez q eu ouvi falar de um Blog , tive a explicacao de que era um diario eletronico . Que legal -pensei, voce vai escrever diariamente o que se passa na sua vida e todo mundo vai LER ... o tempo passou e o significado de Blog mudou um pouquinho pra mim , especialmente agora que sei que voce pode , alem de LER , OUVIR o que eu tenho a dizer.

Pensei em usar o meu primeiro Audiopost para me apresentar aos que nao me conhecem e falar um pouco sobre mim ...mas falar sobre si mesmo e' CHATO demais , bom e' falar dos outros . Entao eu vou comecar falando do Kaio.





this is an audio post - click to play
Vina Schneider

quarta-feira, maio 03, 2006

Quem Abandona Quem

(a dificil missao de deixar de fumar)


Um pedaco de mim ficou preso ao ultimo cigarro que eu acendi
Nao sei se na boca , nao sei se na ponta
Nao sei se queimou com a chama ou se eu cuspi com a coca
Talvez tenha se fixado na ponta amarelada dos meus dedos
Ou talvez na fumaca que eu presenteei a atmosfera
Nao sei
Mas algo ficou pra tras.

Senti-me Nu quando pela primeira vez cheguei em casa e nao acendi um cigarro
Mas , hey , eu estava mesmo nu
Ja nao me lembro bem como era boa a sensacao de me sentar ao trono
Munido de jornal e um cigarro , e todo o universo de azulejos bege e branco
Que ecoavam a minha voz e retinham os meus pensamentos flutuando
Como se fosse ali o ninho de uma aguia
Isolado de toda humanidade , se preparando para espalhar suas asas pelo mundo
No exato momento em que a porta do banheiro fosse aberta

Senti-me sozinho quando, no outro dia de manha
Depois de vestido e alimentado
Encarei a rua de maos vazias , como um menino que parte para o colegio
sem seu dever de casa , certo de que sua nota bimestral sera gravemente alterada.
Como acalento , pus na boca um singelo Tic-Tac

Pior foi entrar no carro , sentar ao banco do motorista
Dar partida e ligar o radio
Sem levar a mao `a boca nem uma unica vez.
Abri os vidros apenas por costume
Mas o excesso de oxigenio e a falta de nicotina me forcaram a fecha-lo
Antes da primeira curva.

No trabalho ninguem notou
Mas meu olhar carregava um Que de solidao
E minha boca salivava de forma incomum enquanto observava o patio exterior
Onde meus companheiros de almoco nao sentiram minha falta.
Na minha mesa ,apenas eu , meu lanche e o dissimulado Tic-Tac chacoalhando
Como guizo de serpente .

Como por crueldade , alguem me pediu um cigarro
-- Desculpe-me --
Nao me prendi a explicacoes , nem ele tinha tempo para elas
Na mesa seguinte outra pessoa poderia ajudar-lo.

Na volta pra casa passei na padaria
Pedi o pao ,o leite , queijo e manteiga e sorri.
O balconista , velho conhecido meu , comentou sobre o nosso triste Mengao
3x1 dentro de casa tinha sido o fim da picada
Jamais teria eu me dado conta de que
Ao deixar de fumar , deixaria tambem de PAGAR pelo cigarro
Ainda assim o preco do meu pedido soaria extranhamente alto a um cliente mais atento.

Chegando em casa fui recebido com um abraco apertado e feliz da minha namorada
Que disse adorar o novo sabor que eu trazia na boca.
Pra quem se acostumou a lamber um cinzeiro , chupar um Tic-Tac era emocionante.

Parti mais uma vez nu para o banheiro
Minha cupula de concentracao
Meu recanto seguro e quente , bem iluminado e em breve mal-cheiroso
Quando de repente ouco na cozinha um murro na mesa e um grito:

- Vina seu descarado , mentiroso ,viciado
Voce prometeu que ia parar de fumar!

Filho-da-puta ! por isso que tu e’ balconista a 7 anos ...




Vina Schneider
que ontem completou seu TERCEIRO mes longe do Caretao

segunda-feira, maio 01, 2006

Seu jorge Mundial

Irving Plaza
27 de Abril de 2006




O Brasil que o Mundo inteiro Prrecisa Conhecerr

*******************************************************

Pretinha
Fa�o tudo pelo nosso amor
Fa�o tudo pelo bem de nosso bem (meu bem)
A saudade � minha dor
Que anda arrasando com meu cora��o
N�o Duvide que um dia
Eu te darei o c�u
Meu amor junto com um anel
Pra gente se casar
No cart�rio ou na igreja
Se voc� quiser
Se n�o quiser, tudo bem (meu bem)
Mas tente compreender
Morando em S�o Gon�alo voc� sabe como �
Hoje a tarde a ponte engarrafou
E eu fiquei a p�
Tentei ligar pra voc�
O orelh�o da minha rua
Estava escangalhado
Meu cart�o tava zerado
Mas voc� cr� se quiser...


Sao Gonca
By Seu Jorge


O vina esteve La� Pra Conferir eh Craro

sexta-feira, abril 21, 2006

Rito de Protecao

Rito de Protecao


Minha Mae , minha Lua,
Che Guevara e minha Nacao,
Guardem minha hora , meu destino,
Me deem forca e protecao,
Guiando no escuro a minh’Alma,
Me deem calma pra tomar cada decisao.

Levantem poeira quando eu me esquivar,
E ceguem meus inimigos ate que eu esteja,
Em terreno seguro , de casa familia,
Abafando meus passos , me proteja.

Suporte minha cabeca sobre meus ombros
E nao a deixe tombar com a derrota,
Me faca ver que em cada luta
Um precisa deitar para o outro subir.
Se hoje e meu dia de lamentar ,
Amanha seja ele de sorrir.

Me permitam chorar
Nao mais que o suficiente,
Para lavar meus olhos do que for preciso,
Devolvam a eles o desejo e o brilho,
A clareza pra ver atraves da fumaca
Cada passo uma barreira que meu corpo ultrapassa.

Minha Mae , minha Lua ,
Che Guevara e minha Nacao,
Permitam-me cumprir meu destino
Guiando-me sempre pela Mao.

Assim Seja




Vina Schneider

segunda-feira, março 20, 2006

* * *







*  Conheci um dia um Poeta
Ele vivia bem perto de mim
Parecia um elefante de tAo espaCoso
Trocava um verso por um amedoin
Parecia um maestro de tAo cuidadoso
Cada palavra era um gesto de precisAo
como se montasse um grande projeto arquitetOnico
de perigosa proporCAo
em que qualquer deslize pode ser Fatal


**  Poesia nao me desce pela garganta
Cada vez que me toca o palato
  se debate como bicho selvagem em corrente eletrica-sanguinea
Desferindo golpes desmedidos nas paredes inchadas da minha traqueia
Arrastando suas laminas nas minhas cordas vocais vibrantes
Ate se prender na altura do crucifixo que carrego
  desde os tempos de menino ,
quando fugia as aulas de anatomia...
Por essas e outras nao me desce a poesia.





***Vina Schneider